Recorde de exportações no Agronegócio coloca o Brasil em posição de vantagem

O agronegócio brasileiro marcou em setembro (2022) um novo recorde de exportações, vendendo para fora do país aproximadamente US$ 14 bilhões, 38,4% acima das vendas do mesmo mês do ano anterior, segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior. Essa conquista espelha o aumento nos preços médios dos produtos exportados (cerca de 17%), o que contribui para o crescimento da receita, além da expansão do volume exportado, elevado em 18%.

O milho foi a commodity em destaque que levou para o exterior 6,8 milhões de toneladas, 4 milhões de toneladas a mais do que no mesmo período em 2021. Já a soja, principal matéria-prima exportada pelo Brasil, registrou um aumento de 24% em relação a setembro do ano passado.

Outra mercadoria que contribuiu significativamente para o novo recorde de exportações foi a carne brasileira, devido ao aumento da procura chinesa por carne bovina. A celulose também se destacou, atingindo a marca de mais de US$ 860 milhões e 70% de aumento neste ano.

A capacidade de esmagamento de soja no Brasil aumentou 4,1% desde 2020

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais indicam que o Brasil, maior produtor de soja do mundo, agora é capaz de processar um volume recorde de soja em produtos de maior valor agregado, como óleo e farelo de soja. Esse é um resultado da elevada demanda por combustíveis renováveis e ração para o setor agropecuário.

A capacidade de esmagamento de soja no país cresceu 4,1% desde 2020, somando 66,7 milhões de toneladas por ano, o que ajudou o Brasil a exportar 22% mais farelo de soja no primeiro semestre, se comparado a 2021. Já o óleo de soja e outros derivados vegetais foram 63% mais exportados.

As esmagadoras brasileiras, devido à gigantesca safra de soja e dólar em alta, saem na frente com grande vantagem sobre os concorrentes da Argentina, Estados Unidos e outros países. A inflação mundial de alimentos e combustíveis elevou a demanda por óleo e farelo de soja como forma de reduzir as emissões de carbono de carros e caminhões.

Apesar do cenário pandêmico pela Covid-19, o agronegócio investiu fortemente em suas atividades, gastando R$ 2,5 bilhões – entre 2020 e 2022 – para elevar a capacidade nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Está previsto para os próximos anos um investimento de R$ 1 bilhão para a expansão no Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Segundo o economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Daniel Amaral, “temos a oleaginosa e a tecnologia para esmagar ainda mais. Precisamos de mais visibilidade no nível de mistura para o próximo ano para dar essa previsibilidade à indústria”.

A região geográfica com maior participação nas exportações do agronegócio brasileiro é a Ásia, que adquiriu em outubro deste ano US$ 6,38 bilhões em produtos do nosso país. Isso significa um crescimento de 71% em  comparação a outubro de 2021. Já a China, maior parceira comercial do agronegócio do Brasil, cresceu em vendas 81,8%, registrando US$ 4,06 bilhões. Ásia e União Europeia somaram 64,2% do valor total exportado pelo país em produtos do agronegócio em outubro deste ano.

Agronegócio nacional: cenário conjuntural ou tendência para os próximos anos?

O Brasil está atualmente com negociações em andamento junto à Indonésia, assim como o Mercosul. As empresas brasileiras esperam abrir um livre comércio com o país asiático, eliminando tarifas comerciais e trazendo mais competitividade para o cenário dos produtos brasileiros. 

Com isso, espera-se um crescimento nas exportações, principalmente pela Indonésia ser considerada um mercado estratégico, tendo como destaque produtos como o farelo de soja  (55% da receita advinda dos embarques), seguido pelo algodão (11%) e o açúcar (7,6%). Isso demonstra que o agronegócio brasileiro estará em destaque por um bom tempo, além de uma crescente exponencial nos negócios.

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