Você já sabe do que se trata o Nearshoring?
Desde as gigantes até às PMEs, a pandemia trouxe efeitos econômicos inesperados para a maior parte das empresas. Um destes efeitos foi o encarecimento dos processos de exportação.
Além da crise sanitária que se impôs sobre o mundo inteiro, importadores e exportadores tiveram que enfrentar também uma crise logística decorrente de uma combinação de fatores que incluíram o fechamento das fronteiras e a falta de matérias-primas essenciais para a fabricação de produtos em função do fechamento de indústrias para garantir o isolamento social. Somado a isso, o aumento das compras online e a falta de uma infraestrutura capaz de suprir esta demanda que cresceu de forma repentina provocaram um congestionamento de navios nos portos tão expressivo que não foi possível de ser completamente regularizado até hoje. Assim, os fretes se tornaram mais caros, e as incertezas, maiores.
A guerra entre Rússia e Ucrânia foi mais um complicador neste contexto, já que também foi responsável por provocar limitações de fronteiras, aumento de custos das operações e migrações em massa.
De olho neste cenário, muitas empresas já começam a se organizar de forma a prevenir possíveis novas crises decorrentes de eventos sanitários, geopolíticos ou fiscais de nível global que possam afetar a operação, fugindo do controle gerencial, como foi o caso da pandemia, e como é o caso da guerra.
E o Nearshoring surge com força como uma dessas formatações. Traduzindo de forma literal, significa “aproximar a costa”. Em resumo, ele tem como objetivo principal o encurtamento das cadeias de produção, reposicionando filiais ou contratando colaboradores e fornecedores em países mais próximos do País de origem da marca.
Acontece que o processo contrário foi muito comum durante muitos anos: grandes empresas dos Estados Unidos, da Europa e de outros cantos do mundo buscaram por lugares mais distantes e baratos, como China e Índia, onde a mão-de-obra é abundante e mais econômica, e os incentivos fiscais são maiores, para instalarem suas filiais. Porém, com eventos como os que presenciamos recentemente, o que antes era visto como uma “vantagem” acaba se tornando na verdade um ponto ofensor para a agilidade e o desenvolvimento eficiente das operações, se transformando em uma barreira, literal e metaforicamente falando, para que as empresas possam produzir, importar e exportar com facilidade.
O Nearshoring representa, muitas vezes, custos maiores para as empresas. Porém, com uma visão voltada ao longo prazo, ele pode também significar menores custos com deslocamentos, e a vantagem de ter acesso mais facilitado do ponto de vista de proximidade com as filiais da empresa, oferecendo, assim, um menor risco de ruptura nas cadeias de suprimentos.
Significa, em suma, levar a produção para mais próximo dos mercados consumidores, encontrando outros Países geográfica e culturalmente mais próximos para fazer negócios e instalar suas fábricas.
O México e os países da América Central são algumas das grandes apostas de Países como os Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coréia do Sul. Este movimento fez, inclusive, com que empresas da China e da Índia resolvessem trazer filiais para a região buscando por maiores facilidades de negócios com os Estados Unidos.
Mesmo após a superação da pandemia, que teve o fim de seu estado de emergência global decretado em 05 de maio de 2023, o Nearshoring segue crescendo e ganhando força e atratividade para as empresas.