O impacto das mudanças climáticas e da sustentabilidade no comércio internacional

O comércio internacional é uma parte importante da economia global, mas também pode ter um impacto significativo no meio ambiente. As mudanças climáticas, em particular, são um problema crescente que tem sido amplamente discutido nos últimos anos. As atividades do comércio exterior podem contribuir para as emissões de gases de efeito estufa de várias maneiras, por exemplo, o transporte de mercadorias de um país para outro geralmente envolve o uso de navios, aviões ou caminhões que produzem toneladas de gases tóxicos.

Além disso, muitas vezes há a necessidade de refrigerar ou aquecer as mercadorias durante o transporte, o que também contribui para as emissões de gases de efeito estufa. Para reverter este cenário, é importante promover práticas mais sustentáveis e isso pode incluir a utilização de transporte mais eficiente em termos de emissões de gases de efeito estufa, como navios a vapor ou aviões a jato, bem como a implementação de práticas de produção em conformidade com o meio ambiente.

Também é importante promover a cooperação internacional para abordar o problema de maneira global, incluindo o estabelecimento de acordos internacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a implementação de medidas para proteger os ecossistemas afetados pelas mudanças climáticas. Quais ações as empresas vêm tomando atualmente? Quais são os impactos econômicos das mudanças climáticas? Como esse olhar para a temática verde afeta o setor? Continue a leitura e entenda tudo sobre o assunto!

O que causa as mudanças climáticas?

O aquecimento global é a resposta do planeta aos níveis mais altos de gases de efeito estufa na atmosfera. Esses gases criam uma espécie de manta que retém o calor do sol e o envia de volta à superfície do planeta. Os seres humanos contribuíram para a crise atual queimando combustíveis fósseis que emitem gases de efeito estufa e aumentam o “cobertor” que retém o calor.

Em dezembro de 2020, os níveis de dióxido de carbono registrados pela NASA eram de 415 partes por milhão (ppm). A última vez que os níveis estiveram tão altos foi há mais de 2,6 milhões de anos, durante a era do Plioceno. Naquela época, o Ártico era 8 graus Celsius mais quente no verão do que agora. Com menos gelo, o nível do mar estava cerca de 18 metros acima do atual. Esse nível de inundação poderia ameaçar grandes cidades como Nova York, Londres, Miami, São Francisco e Xangai.

Mas por que a Terra não está tão quente quanto antes? Os gases de efeito estufa subiram tão rápido que as temperaturas não tiveram chance de se recuperar. Em 1880, eram apenas 280 ppm. Além disso, os oceanos absorveram a maior parte do CO2 adicionado da atmosfera. Em resposta, eles se tornaram 30% mais ácidos desde o início da Revolução Industrial.

Esse desequilíbrio está causando uma extinção em massa da vida marinha. Por exemplo, quase metade dos recifes de coral do mundo morreram nos últimos 30 anos. Além de absorver C02, os oceanos também absorveram 90% do calor. Quando a água esquenta, ela se expande e é isso que causa o aumento do nível do mar e as inundações.

O aquecimento global continuará mesmo que não sejam emitidos mais gases de efeito estufa a partir de amanhã. A temperatura está reagindo aos gases de efeito estufa que já foram emitidos. Esses gases devem ser absorvidos da atmosfera e devolvidos ao solo para conter os efeitos da mudança climática.

Em 2017, o governo Trump divulgou um relatório que culpou a mudança climática na atividade humana. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental, as principais fontes de emissão de gases de efeito estufa nos EUA em 2018 foram geração de eletricidade, transporte, indústria, comércio e residência e agricultura. Já no Brasil, de acordo com o SEEG Municípios 2022, o setor da agropecuária foi o principal responsável, representando 67% do total dos municípios do país.

Quais são os impactos econômicos causados pelas mudanças climáticas?

As mudanças climáticas têm impactos econômicos negativos, tanto direta quanto indiretamente, em várias indústrias e podem causar a perda de infraestruturas, aumentar os custos de seguro e prejudicar a estabilidade financeira global. A longo prazo, a mudança climática pode levar a uma redução do PIB global, tornando mais difícil para os países atingirem seus objetivos de desenvolvimento econômico. Por outro lado, as medidas de mitigação e adaptação à mudança climática também podem oferecer oportunidades econômicas, como o crescimento de indústrias de tecnologias verdes e de energias renováveis.

Alguns dos efeitos mais significativos incluem:

Perdas agrícolas: mudanças na temperatura, padrões de precipitação e condições climáticas extremas podem reduzir o rendimento das safras e aumentar o risco de quebra de safra, levando a preços mais altos dos alimentos e potencial escassez de alimentos.

Danos à infraestrutura: aumento do nível do mar, aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos e ondas de calor mais intensas podem causar danos a edifícios, estradas, pontes e outras infraestruturas, levando a custos de reparo e reconstrução.

Custos de seguro: a crescente frequência e gravidade dos eventos climáticos extremos pode aumentar o custo do seguro e a dificuldade de obter cobertura de seguro, especialmente em áreas vulneráveis. Para se ter ideia, uma das maiores resseguradoras do mundo, a alemã Munich Re, afirmou que somente no ano passado “as perdas decorrentes de catástrofes naturais cobertas por seguros somam cerca de US$ 120 bilhões”. (Fonte: CNN Brasil)

Declínio do turismo: as mudanças nos padrões climáticos e os impactos resultantes nos recursos naturais e culturais podem reduzir o apelo dos destinos turísticos e impactar negativamente a indústria do turismo.

Perda de biodiversidade: as mudanças climáticas podem fazer com que espécies migrem ou se extinguam, levando a uma perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos associados.

Esses impactos podem ter efeitos de longo alcance na economia, incluindo redução do crescimento econômico, aumento da pobreza e aumento da desigualdade.

Por que é importante que o comércio internacional adote medidas sustentáveis?

O comércio internacional desempenha um papel significativo na formação da economia global e é importante que ele adote medidas sustentáveis por diversos motivos. A adoção de medidas sustentáveis no comércio internacional pode ajudar a reduzir os impactos ambientais negativos da produção e transporte, como emissões de gases de efeito estufa, desmatamento e poluição.

Ao reduzir o desperdício e melhorar a eficiência dos recursos, as práticas comerciais sustentáveis podem levar a economia de custos e maior competitividade para as empresas. Os consumidores também estão cada vez mais exigindo produtos ambiental e socialmente responsáveis e as empresas que adotam práticas sustentáveis provavelmente se beneficiarão dessa tendência.

A adoção de práticas sustentáveis no comércio internacional pode ajudar a promover a responsabilidade social e ambiental, principalmente nos países em desenvolvimento, onde os padrões trabalhistas e as proteções ambientais podem ser mais fracos. Além disso, enfrentar os desafios ambientais globais, como a mudança climática, requer cooperação internacional e a incorporação da sustentabilidade ao comércio internacional pode ajudar a promover essa cooperação.

Ao adotar medidas sustentáveis, o comércio internacional pode apoiar a proteção ambiental, promover o crescimento econômico e a competitividade, responder às mudanças nas preferências dos consumidores e ajudar a construir um futuro mais sustentável para todos. Nesse caminho, não podemos esquecer da agenda global ESG, que está sendo cada vez mais adotada por empresas no mundo todo, inclusive no Brasil. 

A estrutura ESG é usada por investidores para avaliar a sustentabilidade e o risco de longo prazo de um investimento e tornou-se cada vez mais popular à medida que os investidores buscam alinhar seus investimentos com seus valores e abordar questões sociais e ambientais. Ela pode ser usada em combinação com a análise financeira tradicional para tomar decisões de investimento informadas e um número crescente de instituições financeiras agora oferece produtos de investimento com foco em ESG.

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