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O impacto dos sites de compras da china no Brasil

26/09/2023

As marcas chinesas estão presentes no Brasil há muitos anos, mas foi apenas recentemente que ganharam relevância e escalabilidade no País.

Se pararmos para pensar, há apenas alguns anos, a expressão “made in China” era sinônimo de falsificação ou de baixo nível de qualidade. Hoje, entretanto, as chinesas ganharam tanto a confiança do público brasileiro que já se instalaram inclusive como fabricantes no mercado nacional.

A indústria automobilística que o diga! JAC Motors, Chery e Seres são apenas algumas das montadoras chinesas que entraram na rotina do brasileiro. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a fatia abocanhada pelos chineses no mercado da América Latina saiu de 4,6%, em 2013, para 21,2%, no ano passado. 

Empresas de tecnologia como Huawei também são bons exemplos dessa inserção no mercado nacional e conquista das mentes e corações do consumidor brasileiro.

E o que dizer então de marcas varejistas como Aliexpress, Shopee e Shein? 

Sozinha, a Shein já domina 27% do e-commerce de roupas e calçados no Brasil e 5% de todo o varejo de vestuário no País. No ano passado, foram quase R$ 8 bilhões em vendas no Brasil.

O recente Programa Remessa Conforme, lançado pelo Governo brasileiro em agosto de 2023, é uma tentativa de regularizar a arrecadação de impostos sobre produtos importados para o País.

Mas além da estratégia de e-commerce cross-border, quando o consumidor compra produtos de um lojista do exterior, muitas dessas empresas perceberam o grandioso potencial do consumidor brasileiro e resolveram inclusive instalar suas fábricas no Brasil. A Shein, por exemplo, já tem cerca de 200 unidades fabris instaladas por aqui, exportando para outros Países, especialmente para a América Latina.

Esta forte presença gera redução da competitividade para as empresas locais, que perdem parte de sua força de exportação diante de empresas gigantes como esta.

A pandemia e o comportamento de compra do consumidor

É importante lembrar que o comércio eletrônico de produtos cresceu exponencialmente durante a pandemia de Covid-19. 

Segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), o segmento movimentou R$450 bilhões nos últimos três anos, desde 2020, quando a pandemia se espalhou pelo mundo. 

Se compararmos com os três anos anteriores, este valor é mais que o dobro dos R$178,06 bilhões movimentados de 2016 a 2019.

Pessoas que antes não tinham o hábito de comprar pela internet descobriram que essa é uma ação fácil e rotineira. As estruturações logísticas dos e-commerces também ganharam fortes investimentos, e assim, as entregas passaram a ser realizadas de forma mais rápida e eficiente, chegando, muitas vezes, a ser realizadas no chamado “same day delivery”, ou “entrega no mesmo dia da compra”.

E foi neste momento que as grandes varejistas chinesas mostraram sua força, com políticas agressivas de preços baixos, frete grátis e prazos de entrega menores em função de sua estruturação logística prévia.

Como garantir competitividade de exportação frente às gigantes do varejo

Diante desse cenário, quem exporta provavelmente se pergunta: como competir e tentar abocanhar uma parte das vendas destas gigantes varejistas?

Um estudo encomendado pelo IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo) em parceria com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) afirma que o atual sistema de tributação concede vantagens que podem chegar a 60% às gigantes chinesas do comércio digital.

A verdade é que não existe saída fácil para este cenário. O melhor que cada empresa tem a fazer é encontrar formas de conseguir exportar mais e melhor, utilizando os recursos que possui.

Isso pode incluir mudanças de fornecedores parceiros, incremento ou readequação do mix de produtos, um projeto de redução dos custos de produção, e ainda, a utilização de benefícios fiscais, tributários e aduaneiros a favor de suas operações.

Se este é um de seus objetivos atuais, não deixe de conversar com a Quirius para entender os pontos onde sua operação pode ser mais eficiente.

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